sexta-feira, 16 de agosto de 2013

#15 Sem título

Ao longe um som, que a alerta que ela tem que levantar, já é hora!
 O vento batendo na janela, enquanto os sons da madrugada se sobressaem lá fora.
Aos poucos ela vai criando coragem e se levanta da cama...
Toma banho, se arruma.
Sai na porta e logo seu corpo leva um susto com a mudança de temperatura.
O vento gelado soprando forte passa pelo seu corpo a tirando o calor de sua casa e a transportando para um universo quase que paralelo chamado madrugada fria.
04h55min da madrugada, já estava atrasada, entretanto conseguiu pegar o ônibus!
Ônibus cheio.
Os parafusos se balançando quase formando uma melodia, enquanto as janelas batiam alvoroçadas pelo movimento rápido e grosseiro do deslocamento do ônibus pela BR rumo a capital.
Enquanto isso pessoas vão dormindo, outras conversando entre si, e outras ainda vidradas em seus celulares mandando mensagens ou acessando alguma rede social...
...E ela ouvindo música cheia de vontade de cantar alto e dançar loucamente.
Conteve-se!
Trânsito complicado, engarrafamento, demora.
E ainda assim não chegou atrasada.
Chegou à sua sala e se deparou com o silêncio quase total, calmante e assustador.
Sala vazia... 
Ninguém, além dela, havia chegado e ela ficou ouvindo o ressoar do vento disputando com o silêncio, enquanto aos poucos os sons diurnos começavam a lutar para aparecer também e assim a calmaria vai saindo, dando espaço para os sons dos carros e suas buzinas irritantes.
O que estava escuro aos poucos se deixa iluminar pela luz linda e radiante do sol que começa a se levantar e iluminar o mundo com sua simplicidade e grandeza, contraditoriamente.
 Aos poucos colegas de trabalho vão chegando.
Bom dia!
E de repente ela percebe a sala cheia e os assuntos paralelos rolando, enquanto ela se isola em sua mesa enfrente ao seu computador, e fica no seu canto realizando seu trabalho e pensando no que escrever para o seu blog.
Afazeres concluídos... Volta a escrever e se depara com a dificuldade de concluir um texto.
Contudo, se sente tão à vontade em fazê-lo e continua.
Agora os sons são tantos que mal se pode concentrar em apenas um.
Ar condicionado, teclados, telefones, conversas, reforma, salto alto, carros, impressoras, papéis... E tantos outros!
No espelho do banheiro, observa-se e sente-se demasiada gorda.
Trajando em seu corpo um vestidinho, preto com detalhes brancos soltinho, que disfarça bem seu peso.
Observa-se mais uma vez e fita seu olhar em seu cabelo, recentemente cortado, e depois de passar pela "depressão pós-corte" começa a gostar do seu novo visual!
 Daí, uma vontade louca de degustar um bom chocolate Laka, quase consegue sentir seu delicioso e concentrado sabor, só de imaginar.

...

Parece descrição de livro e/ou filme de ficção, mas é apenas o resumo da vida de uma menina simples.
Quem é ela?
Não é difícil de decifrar...

Essa menina sou EU!


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